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Deficiência de Iodo

Deficiência de Iodo

No último Congresso de Ginecologia e Obstetrícia, em alguns casos já estão usando iodo em gestantes para ajudar na função tireoidiana. Quando bem indicado é um auxílio na melhora da função tireoideana, assim como um agente que ajuda na nossa imunidade.

O Projeto Iodo foi lançado nos EUA ( Abraham GE, et al. Orthoiodosupplementation: Iodine Sufficiency Of The Whole Human Body) para estabelecer a discussão sobre qual seria a dose ideal de iodo para otimizar o funcionamento do corpo (e não só da tireoide).

Os autores discordam do RDA atual de 150 mcg de iodo, e acreditam que esta é a dose mínima para prevenir bócio endêmico e o cretinismo, e que o corpo (principalmente das mulheres) apresenta necessidades superiores de iodo por ser um cofator importante de uma série de reações metabólicas e na prevenção de câncer. Abraham e colegas combatem a “iodofobia” da medicina atual e preconizam que as necessidades de iodo deveriam ser individualizadas. Observaram um grande número de pessoas que necessitam da suplementação em doses de até 25 mg de iodo, ao dia, para manterem-se saudáveis. Especialmente mulheres com obesidade e patologias de tireóide (principalmente bócios), pancreáticas, de mamas (doença fibrocística) e ovários (síndrome do ovário policístico).

Acredita-se que nestes tecidos, onde há maior concentração do iodo, podem ocorrer benefícios com a suplementação do mineral. Além disso, está documentada uma superior excreção de flúor, cloro e bromo (outros metais halogenados) com uma suplementação maior de iodo. Estes elementos halogenados são muito abundantes em nossa água e alimentação, e ocupariam indevidamente os receptores para o iodo.

Para fazer diagnóstico e uso seguro da suplementação, os autores do Projeto Iodo desenvolveram um teste de sobrecarga de iodo, com a administração de 50 mg do mineral (na forma de Iodoral) seguido pela medição do volume de iodo excretado na urina, em 24 hs. De acordo com o exame, se for excretada uma quantidade menor que 90% dos 50 mg de iodo, há necessidade de suplementação. Preconiza-se, na literatura de referência, outra forma segura de utilização do iodo, a partir do monitoramento da glândula tireóide (suspensão de uso com elevação do TSH) para verificar se maiores doses de iodo estão bloqueando a produção dos hormônios tireoidianos (principal efeito colateral desta suplementação).

ATENÇÃO: cabe salientar que doses altas de iodo podem causar hipotireoidismo e piorar o quadro de pacientes portadores de tireoidite de hashimoto (o iodo aumenta a atividade da enzima tireoperoxidase, principal local de ação dos auto-anticorpos contra a tireoide). Deve-se fazer controle rigoroso da função tireoidiana durante o uso de doses maiores de iodo, pela grande probabilidade de bloquear a produção tireoidiana de hormônios.